Mentalidade e Execução Estratégica

Matéria publicada na Exame, essa semana, traz o resultado da pesquisa Pulse of Profession 2014, produzida pelo Project Management Institute (PMI). Ela mostra um resultado assustador quanto à falta de capacidade das empresas em colocar em prática seus projetos e objetivos estratégicos, e explica que as empresas perdem US$ 100 milhões para cada US& 1 bi investido. E mais: diz que na América Latina, 20% dos projetos apresentados são considerados fracassados e “menos da metade” deles são feitos dentro do prazo e orçamento estipulados.
E no seu negócio, como anda a sua “eficácia” estratégica? Tudo o que você planeja é colocado em prática? E por falar em planejar, como anda o planejamento estratégico daquele que é o maior dos projetos, ou seja, da sua própria organização? Alguns diriam que vai bem, mas certamente tem os que confessariam que sequer têm um planejamento estratégico claro e bem definido, outros ainda responderiam que até possuem, mas que não é colocado em prática como se deveria. Será que algumas dessas realidades têm a ver com a do seu negócio?
A pesquisa demonstra também que 44% do que as empresas fazem dá errado porque a estratégia definida muitas vezes não é colocada em prática da forma correta. Aqui, voltamos nossa atenção para a execução. Ora, se o planejamento é fundamental, de nada vale se a empresa não tiver condições de executá-lo bem, concorda? Um dos temas em evidência entre muitos pesquisadores e estudiosos em administração é a capacidade da empresa em desenvolver recursos e competências para atender as novas demandas do mercado, ou seja, não basta criar um planejamento estratégico em função das oportunidades do ambiente externo, mas também saber e ter condições de desenvolver todo o seu sistema de criação de valor na direção correta. Mas onde está o problema? Trata-se de um problema de liderança, de gestão, de processo, de estratégia…? Onde está de fato o problema?
Meu objetivo não é apontar culpados, mas eu costumo explicar o relacionamento entre estratégia e negócio por meio de dois pontos fundamentais: Mentalidade Estratégica e Execução Estratégica. Na verdade, essa divisão é apenas para facilitar a explicação, pois são dois lados de uma mesma moeda. Pra começar, reforço que não adianta você ser melhor em um ou em outro. A sua empresa precisa ser competente nos dois! Isso mesmo: igualmente nos dois! Muitas vezes eu ouço, em reuniões de negócios, que a estratégia da empresa foi muito bem comunicada para todos os colaboradores, que todos sabem aonde a empresa quer chegar e assim vai a conversa. O problema aqui está na palavra “comunicar”. Não estou dizendo que comunicação interna não seja importante, muito pelo contrário, mas a estratégia precisa mesmo é ser “desdobrada” por todas as áreas do seu negócio. Afinal, não basta apenas conhecer a estratégia do negócio. A sua equipe precisa conhecer qual é o seu “papel” e a sua “responsabilidade” sobre essa estratégia! Estou falando de dar sentido e orientação estratégicos para o que cada um dentro da organização realiza. Isso já faz uma diferença enorme! Não vou me aprofundar, mas esse é um dos principais fatores para se criar uma mentalidade estratégica por toda organização na direção de sua execução. Lembre-se: a estratégia do negócio é responsabilidade de todos! Porém, se cada um “desse todo” enxergar a sua função ou sua atividade de maneira estreita e com fim em si mesma, a empresa não chegará a lugar algum e ainda correrá o risco de ser “eficientemente” ineficaz. Complicado? Prefiro dizer: Excitante! O complicado é fazer parte de estatísticas como as apresentadas pela pesquisa do PMI. Por enquanto, ficarei por aqui. Em breve, abordarei com mais detalhes alguns pontos interessantes sobre como construir, desdobrar e executar a estratégia do seu negócio. Até breve!

Matéria Revista Exame: leia na íntegra aqui.