Gestão Estratégica: um paradoxo a ser muito bem gerenciado.

 

Qual é a estratégia do seu negócio? Você saberia responder essa pergunta de maneira objetiva? E os demais profissionais da sua empresa, líderes e liderados? Também saberiam explicar a estratégia do negócio? Parece óbvio dizer, porém se não existir uma estratégia clara e compartilhada entre todos na organização, não faz sentido falar em gestão estratégica. Esse é o ponto de partida!

Até aqui, creio que todos concordem comigo, mas o que talvez não seja tão unanimidade assim é “o que” exatamente as empresas entendem como estratégia.

O termo estratégia tem sido banalizado por muitos profissionais, quando o utilizam apenas para explicar suas táticas e planos funcionais e operacionais, sem a compreensão do seu verdadeiro significado para a organização, e, o pior, encobrindo muitas vezes o fato de não existir uma estratégica central do negócio.

Quando isso ocorre, cria-se o que eu chamo de fluxo invertido da gestão, com a empresa atuando para atender aos objetivos específicos de suas áreas funcionais, como marketing, vendas, produção etc. (foco operacional), ao invés das áreas trabalharem em prol dos objetivos estratégicos do negócio (foco estratégico).

Como consequência direta, os indicadores de desempenho perdem seu efeito estratégico, sendo utilizados apenas em prol da eficiência operacional da atividade a que estão relacionados, em detrimento de medirem quão aderente a empresa está aos caminhos estratégicos escolhidos ao longo do tempo, a partir de um cuidadoso acompanhamento das mudanças do mercado.

Outra variável importante a ser considerada na gestão estratégica é justamente o “tempo”. Muitas das empresas que buscam um desenvolvimento estratégico acabam por atrelar a análise e a revisão estratégica do negócio ao seu horizonte orçamentário, seja para facilitar o processo ou mesmo por falta de uma observação mais cuidadosa do tipo de mercado em que atuam.

Se por um lado, existem mercados de ciclos longos e lentos, normalmente de pouca diferenciação, nos quais o horizonte estratégico também se estende, inclusive, para além dos prazos orçamentários, por outro lado, existem cada vez mais mercados inseridos em contextos tecnológicos de alta diferenciação, cujos ciclos são extremamente curtos e rápidos, exigindo assim maior dinamismo e velocidade nas análises e adaptações estratégicas do negócio.

O fato é que, no mundo de grandes mudanças em que estamos vivendo, mesmo os negócios tradicionais cada vez mais se transformam à medida que incorporam novas tecnologias em seus modelos de negócios, visando a geração de valor diferenciado para seus clientes, o que exige dos seus gestores uma real mudança ou ampliação de foco, não mais direcionado apenas à eficiência e flexibilidade operacional, mas acima de tudo a sua adaptabilidade em função das novas exigências do mercado. Isso significa transformar a gestão do negócio, de estritamente operacional para um modelo efetivamente estratégico.

Existe uma frase de um grande piloto automobilístico, chamado Mario Andretti, que diz o seguinte: “Se tudo parece estar sob controle, então você não está correndo rápido o suficiente”. Ou seja, não basta fazer bem feito aquilo que você já domina. Essa segurança operacional não garantirá a sustentabilidade estratégica do seu negócio e isso fará com que você literalmente perca a corrida!

Portanto, seja qual for o seu mercado, a gestão estratégica assume um papel importante para o sucesso e longevidade da organização. Além de cuidar para que a empresa tenha foco e atinja seus objetivos a partir de um caminho estratégico escolhido, ela também deve garantir a conexão do negócio com as mudanças e as novas oportunidades vindas do ambiente externo, adaptando ou reformulando a estratégia da empresa sempre que necessário.

Um paradoxo a ser construído e, acima de tudo, muito bem gerenciado!

 

A GD4 Estratégia&Gestão apoia as empresas na construção de modelo de gestão estratégica a partir de uma proposta diferenciada e prática de consultoria, em função da realidade e do momento de cada negócio.